Estudo do Movimento Brasil Competitivo aponta que a unificação dos impostos reduzirá em 600 horas o tempo gasto pelas empresas

 

Um novo horizonte se deseja para as empresas brasileiras, com a promessa de uma economia expressiva de R$ 28 milhões por ano, resultado da redução do tempo dedicado ao cálculo, declaração e pagamento de impostos no futuro sistema tributário. O levantamento, realizado pelo Movimento Brasil Competitivo (MBC), se baseia em um estudo da rede de empreendimentos Endeavor, em parceria com a consultoria Ernst&Young. A projeção indica que a unificação dos impostos pode diminuir em 600 horas as obrigações tributárias das empresas.

Atualmente, segundo o relatório Doing Business do Banco Mundial, as empresas brasileiras levam 1.501 horas para cumprir suas obrigações fiscais. Em comparação, os negócios na América Latina e Caribe gastaram cerca de 317 horas, enquanto a média nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é de apenas 158 horas.

O presidente da Frente Parlamentar pelo Brasil Competitivo, deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), ressalta a importância da simplificação para o setor produtivo. Ele destaca a confiança no estudo realizado em parceria com instituições de alta renovação e afirma que a expectativa é de benefícios para as empresas.

Contudo, a transição para o novo sistema tributário, que ocorrerá ao longo de sete anos, de 2026 a 2032, não será isenta de desafios. Segundo Paulo Henrique Pêgas, membro do Conselho Federal de Contabilidade, a coexistência entre os dois sistemas envolve complexidade adicional para as empresas durante esse período. Contudo, ele compara essa transição a uma grande obra viária, que, mesmo gerando transtornos temporários, traz melhorias significativas no longo prazo.

“A transição será como uma obra viária: pode gerar transtornos, mas melhorar melhorias. Não tenho dúvidas de que estaremos em um cenário melhor a partir de 2033”, afirma Pêgas.

O novo tributo federal, CBS, entrará em vigor em 2026, substituindo PIS e Cofins. O IPI terá suas alíquotas zeradas, exceto para produtos com industrialização incentivada na Zona Franca de Manaus. O Imposto Seletivo (IS) será implementado em 2027. O IBS, novo tributo de estados e municípios, terá uma alíquota inicial de 0,1%, aumentando progressivamente até 2032. A partir de 2033, CBS, IBS e IS serão os únicos impostos sobre o consumo de produtos e serviços, prometendo uma simplificação rigorosa para as empresas brasileiras.

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